Secretaria de Saúde e Cândido Ferreira inauguram nova sede do Caps Estação

13/12/2007

Autor: Denize Assis

A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com o Serviço de Saúde Cândido Ferreira, inaugura nesta quinta-feira, dia 13 de dezembro, às 10h, a nova sede do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Estação, na rua Francisco Gaspar da Silva, 180, Jardim Eulina. A unidade é referência para moradores da região norte da cidade e acompanha atualmente entre 280 e 300 pessoas.

A cerimônia de inauguração vai contar com a presença do secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva; de representantes do Serviço de Saúde Cândido Ferreira; da coordenadora municipal da área técnica de Saúde Mental, Elza Lauretti Guarido; de outros gestores e servidores municipais; representantes da sociedade civil; funcionários e pacientes do Caps e seus familiares. Será servido um café da manhã e está prevista ainda a abertura de uma exposição de obras de arte produzidas pelos pacientes da unidade.

Fundado em 2001, até então o Caps Estação não contava com sede própria. O antigo endereço ficava num local distante para os pacientes. “A partir de agora, a unidade vai estar melhor localizada em relação a outros serviços de saúde. Também vai proporcionar melhor acesso para os pacientes já que o novo endereço fica no distrito de saúde norte, ao qual serve. Até então, o serviço ficava na região leste”, diz a psicóloga Elza Lauretti Guarido, coordenadora municipal da área de Saúde Mental.

Segundo Elza, a casa é bonita, bem organizada, com um espaço adequado, que ajuda a promover o autocuidado e o cuidado com o ambiente e com o outro, que são elementos fundamentais para a reabilitação. “A mudança é boa. Proporciona a disposição do novo para os pacientes e para a equipe”, diz.

O Caps Estação atende a pacientes com diagnóstico de transtornos mentais graves e visa acompanhar pacientes por meio da clínica ampliada, possibilitando a reinserção social, o processo de reabilitação psicossocial, o direito à cidadania e o acompanhamento aos familiares, conforme diretrizes da Reforma Psiquiátrica. O ato do cuidado se realiza sempre norteado pela construção de um Projeto Terapêutico Individual.

A unidade funciona 24 horas e abriga oito leitos de apoio para atenção à crise dos pacientes sob seus cuidados e, portanto, feito pela mesma equipe que o trata em outras situações. O tratamento feito desta forma reduz o tempo de duração da crise e a necessidade de internação hospitalar. O Caps Estação foi o primeiro Caps 24 horas do município.

Alternativa a internações. A Política Nacional de Saúde Mental, lançada em 2003, define os Caps como o principal elemento da rede de atenção extra-hospitalar, formada também pelas residências terapêuticas, centros de convivência e pelo programa De Volta para Casa. Na concepção da reforma psiquiátrica, o modelo centrado na atenção hospitalar não reabilita o paciente. Quando isolado, o portador de transtornos mentais não consegue se ressocializar e perde sua individualidade.

Dentro deste contexto, os Caps foram criados como serviços de atenção diária, usados para substituir as internações hospitalares. Oferecem desde cuidados clínicos até atividades de reinserção social do paciente, por meio do acesso ao trabalho e ao lazer, direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e sociais.

A equipe de profissionais do Caps é multidisciplinar, justamente para prestar atendimento integrado ao paciente. O grupo é formado por psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, enfermeiras e auxiliares de enfermagem.

Pioneirismo. Campinas foi uma das primeiras cidades brasileiras a atender à reforma psiquiátrica proposta pelo Ministério da Saúde, tornando-se referência em Saúde Mental. O município conta atualmente com nove Caps, sendo um Caps infantil, seis adultos e dois AD – para pacientes dependentes de álcool e outras drogas.

O fortalecimento da rede - com a inauguração da nova sede do Caps Estação - é fundamental para ampliar o acesso e garantir a eqüidade no atendimento. Na prática, isto significa que cada vez menos o hospital é o destino dos portadores de transtornos mentais. Para os técnicos da Secretaria de Saúde, é um sinal claro de que a rede extra-hospitalar está desempenhando o papel que se espera dela.

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