Último Tipo apresenta-se de graça, nesta sexta, na Praça Bento Quirino

13/12/2007

Autor: Eli Fernandes

Apresentação é das 20h às 21h através do projeto Fluxus do Programa de DST/Aids da Secretaria de Saúde de Campinas

A segunda edição do projeto Fluxus: Informação, Arte e Saúde traz, nesta sexta-feira, dia 14 de dezembro de 2007, das 20h às 21h, à Praça Bento Quirino (Centro) uma apresentação gratuita do grupo musical Último Tipo, de Campinas.

O projeto Fluxus é desenvolvido pelo Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (PMDST/Aids) da Secretaria de Saúde de Campinas. Através deste projeto, artistas da cidade articulam-se aos profissionais da saúde para resposta à epidemia de aids.

O Último Tipo é um Grupo musical que pesquisa o teatro na música, seja no palco ou em gravações. Têm em seu espírito o trovador medieval, a arte mambembe e o clown. Fazem com a mesma desenvoltura espetáculos em teatros e bares como na rua e em feiras, de forma itinerante.

O vocal é sua base e tem como proposta a inovação. Déo Piti, Jara Carvalho e Lóra Brito fazem uma música rica em detalhes. Os arranjos e composições são cheios de dissonâncias, ritmos sobrepostos e falas incidentais que dão dinâmica e prendem a atenção quando unidos às vozes belas marcantes do trio.

Violão e percussão complementam o acompanhamento. Instrumentos pouco usuais como espátulas de pedreiro, um triângulo feito com um suporte de toalhas, concha de cozinha, cabaças, chocalhos de bebê, chaves velhas, dentre outras que diariamente vão sendo incorporadas ao arsenal dão um timbre bem peculiar aos arranjos.

Têm referências em Hermeto Pascoal, Arrigo Barnabé, Mutantes, Premeditando o Breque, Itamar Assumpção, Arnaldo Antunes, dentre tantos outros. Uma das faces mais fortes do grupo, além da presença de palco, interatividade e vocal são as suas composições brincalhonas, cheias de ironia e bom humor, sendo elas as responsáveis pela criação deste estilo que hoje o Último Tipo utiliza também para interpretar canções de outros compositores da música brasileira.

Os figurinos exóticos são sempre confeccionados com materiais recicláveis, como cartões telefônicos, garrafas pet, discos de vinil e tudo o que a criatividade permitir. Maquiagens que passam por constantes renovações, aliadas à arranjos vocais de "última geração", interatividade e sensibilidade fazem com que o público se enfeitice com esse trabalho.

O Grupo foi criado em 1988, em Goiânia-Go. No início as bases de seu trabalho foram os festivais pelo interior do Brasil, conquistando nestes mais de trinta prêmios. Em 95 deixou Goiânia para uma temporada de 1 ano em Belo Horizonte onde participou de projetos como "Manhã Menino" e "Música de Domingo", no Parque das Mangabeiras, "Sexta Sintonia" e "Doze e Quinze" na UFMG. Em 1996 o grupo elegeu Campinas e mudou-se para a cidade, sua nova sede.

Projeto Fluxus

Outdoors que reproduzem uma pintura de Vânia Mignone criada especialmente para este projeto trazem à cidade a proposta de Fluxus – Informação, Arte e Saúde. O projeto foi lançado dia 30 de novembro de 2007 véspera do Dia Mundial de Luta Contra a Aids.

A idéia é produzir novas linguagens para a prevenção e aconselhamento às doenças sexualmente transmissíveis e à aids. Esta é a segunda de uma série de intervenções artísticas que serão realizadas em 2008 em espaços públicos com grande circulação de pessoas.

Além de Vânia Mignone, Sylvia Furegatti, Samantha Moreira (Ateliê Aberto), Fábio de Bittencourt, Cecília Stelini e diferentes coletivos de grafite, além de outros artistas, também firmaram esta parceria para provocar reflexões sobre a cidade, seus fluxos e a epidemia de aids.

Eles reuniram-se na Praça Bento Quirino, no dia do lançamento, com técnicos da Secretaria de Saúde e convidados, além do público que freqüenta o local. Sylvia Furegatti falou com os técnicos, artistas e convidados sobre o envolvimento da arte com o tema aids.

A cada 15 dias uma equipe do Centro de Referência do Programa Municipal de de DST/Aids está na praça, à disposição, para tirar dúvidas sobre DSTs e aids, uso correto da camisinha masculina e feminina, distribuição de material educativo e orientações sobre como acessar os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) em Campinas.

A equipe oferece orientações por meio de escuta qualificada sobre dúvidas e sentimentos relacionados a fazer ou não o exame de HIV e outras DSTs. O teste de HIV é gratuito e sigiloso.

Nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) ele pode ser feito de forma anônima. Informações sobre o exame pelo telefone (19) 3236 – 3711, de segunda a sexta, das 8h às 18h, ou à rua Regente Feijó, 637, Centro, ou às segundas-feiras, das 13h às 17h, pelo telefone 3226 – 7475, no Complexo Ouro Verde (próximo ao terminal de ônuibus), à avenida Rui Rodriguez.

Artistas querem oferecer resposta à epidemia

Nos anos 90 também foi um grupo de artistas que definiu o laço vermelho, estampado em campanhas em todo o mundo, como um símbolo de solidariedade, comprometimento e mobilização. Criado em 1991, pela Visual Aids, grupo de profissionais de arte de Nova Iorque em homenagem aos amigos mortos ou que viviam com o vírus da aids, o laço virou moda e se popularizou quando artistas famosos começaram a usá-lo, mostrando para o mundo o compromisso na luta contra a aids.

A cor vermelha do laço foi escolhida por lembrar o sangue e a paixão. A idéia do laço simbolizando a solidariedade (duas pontas de uma fita se unindo em um abraço) também é usada em outras mobilizações, apenas mudando-se a cor.

Volta ao índice de notícias