Projeto amplia testagem de aids em mulheres na periferia

19/12/2007

Autor: Da assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde

Objetivo era aumentar em 10% a realização do teste; meta foi superada em 300% nos centros de saúde da região noroeste

Um projeto pioneiro no Brasil de descentralização das ações de prevenção à aids, o Norô PositHIVa - Distrito de Saúde Noroeste e as Mulheres, Juntos na Prevenção à Aids -, ampliou em 300% o número de mulheres que realizaram testes de HIV nos centros de saúde da região noroeste de Campinas em 2007 em relação a 2006.

O resultado, que superou as expectativas da coordenação do projeto, se deve à proximidade com a comunidade, segundo avalia a coordenação do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas. E é importante porque atinge principalmente as mulheres, já que é na população feminina que a epidemia de aids mais cresce atualmente.

Enquanto nos anos 80 a proporção chegou ser de mais de 20 casos em homens para cada caso de aids em mulher. Atualmente esta relação é de 1,5 caso em homem para cada caso em mulher, ou seja, quase a mesma, com tendência de as mulheres superarem os homens em número de casos de aids.

Mais sobre o projeto. O Norô PositHIVa integra o plano de descentralização das ações de prevenção da aids promovido pelo Programa Municipal de DST/Aids de Campinas, que executa, em parceria com os Centros de Saúde, ações de incentivo ao diagnóstico precoce de aids e outras DSTs e ao uso da camisinha, principalmente entre mulheres.

O projeto, piloto, inclui o repasse de recursos financeiros e foi desenvolvido em todas as unidades do Distrito de Saúde Noroeste de Campinas, onde vivem cerca de 200 mil pessoas (60 bairros, 11 favelas e 19 ocupações). O objetivo, agora, é ampliar o projeto para os outros quatro distritos de saúde de Campinas (Leste, Sul, Norte e Sudoeste).

Desde o início da epidemia, nos anos 80, Campinas notificou cerca de 5 mil casos de aids. No geral, o número de novos casos de aids notificados na cidade diminuiu nos últimos anos. Foram 325 casos em 2003; 293 em 2004; 279 em 2005; e 246 em 2006.

“Nosso objetivo para 2007 era ampliar em 10% o número de testes entre as mulheres. Em apenas um evento (1º Encontro de Mulheres do Centro de Saúde Pedro de Aquino) conseguimos superar esta meta”, informa a enfermeira sanitarista Maria Cristina Ilário, coordenadora municipal do Programa de DST/Aids. Segundo ela, no entanto, todas as unidades (13 no total) do Distrito Noroeste realizaram eventos semelhantes em que conseguiram chegar a um número significativo de testes superando a meta em mais de 300%.

O diagnóstico precoce é muito importante para a realização de um tratamento que garanta a qualidade de vida da pessoa com HIV/aids. O diagnóstico também pode fazer a diferença na gravidez. Mães que vivem com HIV/aids podem aumentar suas chances de terem filhos sem o HIV, se forem orientadas corretamente e seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e puerpério.

“O Sistema Único de Saúde tem muitas portas de entrada. De acordo com o processo saúde/doença, cada nível do sistema tem sua missão. A missão do Programa de DST/Aids, além de oferecer e realizar ações de assistência às pessoas que vivem com HIV/aids e de prevenção/promoção à saúde diante da epidemia de aids, é fortalecer o SUS, formando e matriciando profissionais de saúde da rede pública, em especial, e descentralizando ações de prevenção aconselhamento e diagnóstico às DST/aids através de projetos muito próximos da comunidade, como o Noro PositHIVa”, disse Maria Cristina.

O entendimento é que essas ações devem fazer parte da rotina, do cotidiano das equipes em todas as unidades básicas de saúde - Centros de Saúde e Módulos de Saúde da Família. A idéia é que a população que já acessa essas unidades passe também a fazer o aconselhamento para o teste de HIV e passe adotar práticas de prevenção, cujas principais são o uso de camisinhas em todas as relações sexuais e redução de danos, no caso dos usuários de drogas (não compartilhamento de agulhas e seringas, por exemplo).

“O impacto positivo dessa nossa estratégia comprova que o SUS é uma rede com absoluta capacidade de intervenção e impacto na cadeia de transmissão de agravos à saúde se, necessariamente, vincularmos recursos, agilidade e transparência na execução de projetos”, disse a coordenadora do Programa DST/Aids de Campinas.

Referência. A aids é uma síndrome que pode ser tratada e controlada através do SUS em serviços especializados, como o Centro de Referência do Programa DST/Aids de Campinas. O Centro de Referência de Campinas fica na rua Regente Feijó, 637, Centro, e está aberto de segunda a sexta-feira (exceto aos feriados) das 7h às 20h. O telefone, para mais informações sobre este serviço é (19) 3234 – 5000.

A estimativa, com base em dados do Ministério da Saúde, é que cerca de 2 mil pessoas têm o vírus HIV em Campinas e não sabem. O teste é oferecido gratuitamente através do SUS e deve ser feito em qualquer Centro de Saúde de Campinas ou no Centro de Referência do PMDST/Aids. A melhor forma de prevenção à aids e às doenças sexualmente transmissíveis é o uso de camisinha em todas as relações sexuais. As camisinhas também são distribuídas gratuitamente nos Centros de Saúde.

Para saber mais sobre o teste de HIV e sífilis, em Campinas, a população deve informar-se no Centro de Saúde mais próximo, ou através do telefone (19) 3236 – 3711, do Centro de Referência do Programa DST/Aids, de segunda a sexta-feira, das 7h às 20h, à rua Regente Feijó, 637, ou no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Complexo Ouro Verde, telefone 3226 – 7475, às segundas-feiras, das 13h às 17h.

O teste é gratuito, pode ser anônimo e só a pessoa que faz o exame fica sabendo o resultado. Para saber mais sobre aids a população pode acessar o site http://www.aids.gov.br ou ligar para o Disk-Saúde: 0800 61 1997 (do Ministério da Saúde) ou para o Disk-DST/Aids: 0800 16 2550 (do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo).

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