Distribuição de cadeiras de rodas pelo SUS dobra em dois anos em Campinas

05/12/2008

Autor: Denize Assis

No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, neste 3 de dezembro, a Secretaria de Saúde de Campinas divulgou o aumento na distribuição de cadeiras de rodas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A entrega ocorre dentro do Projeto de Inclusão Social da Pessoa com Deficiência. Em 2007, foram entregues 200 cadeiras. Este ano, foram 300. Para 2009, estão previstas mais 400.

Em Campinas, o Programa de Reabilitação prescreve as cadeiras de acordo com idade, tamanho e necessidade determinada pelo problema. A entrega ocorre de forma escalonada, uma a uma, com fisioterapeuta presente para promover as adaptações necessárias.

A coordenadora do Programa Municipal de Reabilitação, a médica neuropediatra Maria Luíza Ardinghi Brollo, explica que o aumento faz parte da expansão e fortalecimento da política de saúde para a pessoa com deficiência. Houve uma ampliação nos recursos em procedimentos de órteses e próteses músculos-esqueléticas. Foram entregues em 2007, 354 órteses e 126 próteses. O trabalho ocorre em parceria com a Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD).

O Programa de Reabilitação de Campinas também foi ampliado nos últimos três anos com reabilitação auditiva com concessão de aparelhos de amplificação sonora, por meio de convênio com a Pontifícia Universidade Católica de Campinas e mais recentemente com a Associação dos Pais e Amigos dos Surdos de Campinas (Apascamp); retaguarda para reabilitação de deficiência intelectual, junto ao Núcleo de Atendimento Clínico da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), que passou a ser conveniada da Secretaria de Saúde; e com a concessão de prótese ocular na Policlínica 2 e de telelupa e recursos óticos, se necessário, para reabilitação visual, em parceria com a Pró-visão.

Além disso, o Programa proporciona atendimento e acompanhamento de pessoas que necessitam de cuidados intensivos de reabilitação física (fisioterapia, psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, serviço social e enfermagem entre outros). “Nosso trabalho não consiste apenas na entrega de equipamentos. As pessoas precisam ser atendidas na sua integralidade visando o máximo da sua autonomia e sua integração profissional. Elas recebem os equipamentos, mas elas também têm atendimento multiprofissional e participam das oficinas de geração de renda”, explica Maria Luíza. Essa associação é o diferencial da organização das redes de serviços de reabilitação.

O Programa Municipal de Reabilitação também atende a todos os bebês de risco que nascem em Campinas. São crianças que nascem com má formação ou que tenham tido parto prematuro extremo entre outros casos. Elas são encaminhadas ao Projeto Fênix (no Ambulatório de Neonatologia Patológica do Hospital Mário Gatti), que realiza acompanhamento e avalia o desenvolvimento destas crianças e, se necessário, encaminha-os para estimulação.

“Como grande avanço no ano de 2007, houve parceria com Associação de Equoterapia de Campinas, como um recurso terapêutico e lúdico para crianças e jovens com dificuldade motora”, afirma o diretor municipal de Saúde, Pedro Humberto Scavariello.

O Centro de Referência em Reabilitação de Campinas fica na avenida Atílio Miato, 210, em Sousas. O telefone da unidade é 3258-6011.

Manual. No início de novembro (8/11), na Conferência Municipal das Pessoas com Deficiência, o Centro de Referência em Reabilitação em parceria com o Centro de Vida Independente, lançou o Manual de orientações gerais para pessoas com lesão medular. O documento traz orientações gerais para a pessoa com lesão medular; alerta aos médicos; direitos das pessoas com deficiência; contatos e informações. Parte do conteúdo da obra foi concebida com a colaboração de Anna Lúcia Magalhães Lima, que tem uma filha que sofreu lesão medular.

Estatísticas. Dados do Censo 2000 do IBGE mostram que, no Brasil, 24,5 milhões de pessoas - 14,5% da população - têm algum tipo de deficiência ou incapacidade. Deste total, 9,3 milhões (27%) têm deficiência física ou motora. Mais de 57,6 mil pessoas (0,8%) têm tetraplegia (paralisia do pescoço para baixo), paraplegia (paralisia da cintura para baixo), hemiplegia (um dos lados é paralisado) ou é amputado.

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