Campinas concentra esforços para atingir 95% de cobertura vacinal contra a rubéola

12/12/2008

Autor: Denize Assis

Secretaria de Saúde faz apelo aos campineiros de 20 a 39 anos para se imunizar. Só assim será possível eliminar o vírus. Campanha termina domingo, dia 14

Até o próximo final de semana, dias 13 e 14 de dezembro, a Secretaria de Saúde de Campinas concentra seus esforços para atingir a cobertura ideal da Campanha de Vacinação contra a Rubéola e eliminar a circulação do vírus da doença no município. Mais de 230 mil (87,3%) campineiros já se vacinaram – segundo pesquisa de campo -, mas ainda restam 40 mil pessoas entre 20 e 39 anos para que o município alcance a meta de 95% - A população total nesta faixa etária no município é de 370.780. ‘Agora só falta você’ é o slogan da fase final dessa grande ação.

A coordenadora da Vigilância em Saúde de Campinas, a enfermeira sanitarista Maria Filomena Gouveia Vilela, faz apelo aos que ainda não tomaram a vacina para que tomem a dose. A vacina está disponível em todos os centros de saúde – que intensificaram a abordagem aos pacientes desde a semana passada - e as equipes de saúde esta semana estão nas ruas de todos os bairros da cidade, no comércio, campos de futebol, feiras, festas e, principalmente, estão indo de casa em casa nos horários de fim de tarde em busca de pessoas ainda não vacinadas.

“A imunização contra a rubéola é a única forma de garantir a eliminação da doença no país. É necessário que as pessoas se conscientizem que ao tomar a dose elas se protegem e garantem a proteção da coletividade”, diz Maria Filomena.

A diretora informa que, dos 8.684 casos de rubéola confirmados no país, em 2007, 70% corresponderam a pacientes do sexo masculino. Se o vírus continuar circulando, existe o risco da transmissão para mulheres grávidas, o que pode causar malformação no feto e provocar cegueira, surdez, retardo mental ou problemas cardíacos no bebê (doença conhecida como Síndrome da Rubéola Congênita - SRC).

SRC. Os dados de mortalidade registrados por rubéola congênita são pequenos. Porém, muitos casos de abortamento podem estar ocorrendo por infecções de gestantes não protegidas. A preocupação maior é com as conseqüências da SRC. Muitos dos casos de surdez irreversíveis são em conseqüência das infecções congênitas por rubéola. Os custos com essas crianças na área da educação e socialização são altíssimos. Em alguns casos, a surdez pode ocorrer anos após (na idade adulta).

Já nos casos de cegueira por catarata congênita, há a necessidade de intervenção precoce especializada. As lesões de retina também ocorrem, levando a danos permanentes. Em muitos casos, a cegueira é irreversível.

Nos casos de cardiopatia congênita, os danos só poderão ser corrigidos cirurgicamente, com risco alto de mortalidade. Além disso, várias crianças apresentam dano neurológico por encefalite, em 20% dos casos. Essas lesões levam a retardo mental e paralisia cerebral. Ao evitarmos a doença por meio da vacinação, reduziremos drasticamente os números de crianças seqüeladas, melhorando a qualidade de vida da população.

A enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira informa que, mesmo quem já tomou a vacina, deve se vacinar novamente. “Esta nova dose irá garantir uma maior proteção”, diz. Outra observação importante é com relação ao público masculino: “É com a vacinação dos homens que se diminuirá também a chance das mulheres que não forem vacinadas de adquirirem a doença na gestação”.

Informações sobre os locais de vacinação podem ser obtidas pelo telefone 156 da Prefeitura.

Compromisso. Todos os países da região das Américas se comprometeram no ano de 2003, durante a 44ª reunião do Conselho Diretor da OPAS, em eliminar a rubéola e SRC, reafirmando este compromisso em outubro do ano de 2007 por meio da Resolução CD44.R1, em alcançar a meta de “eliminação da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC)” para o ano 2010.

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