Campinas superou meta contra a rubéola com mais de 374 mil pessoas vacinadas

17/12/2008

Autor: Denize Assis

Balanço indica cobertura de 101%, maior que os índices dos últimos balanços do Brasil, do Estado e da Região. Meta era 95%

Campinas acaba de bater mais um recorde com a vacinação de 374.337 pessoas de 20 a 39 anos durante a Campanha pela Eliminação da Rubéola, iniciada em 9 de agosto em todo o país. O dado representa 101% de cobertura até domingo, 14 de dezembro, quando a estratégia foi encerrada. Segundo a Fundação Seade, o município tem 370.780 moradores nesta faixa etária.

A vacinação na cidade supera, inclusive, o índice de pessoas adultas imunizadas no decorrer da campanha contra o sarampo em 1992, que até então constava como a maior vacinação já feita no país. Essa foi a maior mobilização já realizada em todo o mundo com o objetivo de imunizar adultos – mais de 70 milhões de pessoas no País.

A enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde de Campinas, avalia o resultado como um excelente esforço de todas as equipes de saúde do município. Ela diz que também teve influência no resultado a qualidade das parcerias estabelecidas e das estratégias que incluíram atividades como buscar adultos jovens em ruas, universidades, shoppings, empresas, igrejas, jogos de futebol, bailes, e percorrer bairros para vacinar de casa em casa pessoas que, por algum motivo, não procuraram os centros de saúde ou não foram contempladas pelos postos volantes de vacinação.

O resultado obtido por Campinas rendeu até elogios por parte da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que acompanhou e orientou a avaliação da estratégia na cidade desde setembro. A consultora da OPAS, a médica sanitarista Regina Durón, se disse impressionada, principalmente com os trabalhos ‘extra-muros’. “O que presenciei em Campinas servirá de exemplo para as campanhas em outras cidades populosas do planeta”, afirmou.

Regina Durón ressaltou a importância epidemiológica da rubéola que, na mulher grávida, pode causar aborto ou seqüelas irreversíveis para o bebê como cegueira, surdez, retardo mental e cardiopatias, entre outras. É a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC).

Situação Epidemiológica. Nos últimos dois anos, ocorreram surtos de rubéola de forma dispersa em todo o Brasil, uma ameaça à população ainda não vacinada. Em 2007, foram registrados 8.407 casos, sendo 161 em mulheres grávidas, o que resultou em 20 recém-nascidos com Síndrome da Rubéola Congênita. Em Campinas, foram 11 casos de rubéola em 2007 e pelo menos sete em 2008 (este dado ainda é provisório).

Compromisso. A campanha de vacinação causa impacto imediato para alcançar a meta de eliminação da Rubéola nas Américas até 2010, um compromisso internacional e nacional assumido pelo Brasil durante a 44ª reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

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