Exposição no Paço marca início das ações para marcar Dia da Pessoa com Deficiência

01/12/2009

Autor: Denize Assis

Uma exposição no Paço sobre as ações da rede municipal de serviços de atenção às pessoas com deficiência marcou nesta segunda-feira, dia 30 de novembro, o início das atividades da Prefeitura de Campinas para celebrar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, comemorado em 3 de dezembro.

A abertura do evento reuniu profissionais de saúde; gestores municipais e das instituições parceiras da Secretaria de Saúde; usuários dos serviços de Reabilitação de Campinas e seus familiares; e representantes das Secretarias Municipais de Educação e de Cidadania, Assistência e Inclusão Social.

Também participaram da cerimônia a coordenadora do Programa Municipal de Reabilitação de Campinas, Maria Ardinghi Luíza Brollo; o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Pedro Humberto Scavariello e o secretário Municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, que representou o prefeito dr. Hélio.

A exposição mostra todos os serviços da rede de atenção de Campinas, incluindo unidades próprias e conveniadas e apresenta um balanço dos avanços nos últimos cinco anos. “Trata-se do primeiro grande balanço para a comunidade. Ainda temos muitos desafios, mas sem dúvida caminhamos bastante neste período. Esta mostra no Paço representa isto”, disse a neuropediatra Maria Luiza Brollo, coordenadora do Programa de Reabilitação de Campinas.

Para o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Pedro Humberto Scavariello, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é uma das datas mais importantes no calendário da Política das Pessoas com Deficiência.

“A Política de Reabilitação de Campinas é resultado de múltiplos movimentos e longa mobilização, de muitos atores sociais e institucionais. Esta política tem se consolidado de forma mais contundente neste último período e mostra que Campinas de fato reconhece a necessidade de responder às complexas questões que envolvem a atenção à saúde das pessoas com deficiência. Em nome do Conselho Municipal eu agradeço e fico feliz de ver que temos bastante o que comemorar”, disse.

O Secretário de Saúde, José Francisco Saraiva, também lembrou os avanços, ressaltou a importância dos servidores envolvidos com este trabalho, a parceria com as secretarias municipais e com as entidades filantrópicas e educacionais envolvidas como Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puc-Campinas), Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Associação dos Pais e Amigos dos Surdos de Campinas (Apascamp), Fundação Síndrome de Down, Associação de Equoterapia de Campinas e todos os movimentos organizados representantes das pessoas com deficiência.

“A viabilização desta política deve-se a uma conjugação de esforços que tiveram seu início na decisão política dos governantes em responder positivamente às reivindicações e movimentos sociais de pessoas com deficiência. Também deve-se aos parceiros potenciais que, de forma articulada e integrada, podem atuar para a progressiva inclusão das pessoas com deficiência em suas comunidades, para o exercício da cidadania e vida social”, disse José Francisco Saraiva.

O secretário ainda deixou registrado que a inclusão da pessoa com deficiência se dá, também, por ações da comunidade, transformando os ambientes, eliminando barreiras arquitetônicas e de atitudes, que impedem a efetiva participação social destas pessoas.

A conselheira Rose Longo, do Conselho Municipal de Defesa dos Portadores de Deficiência e do Conselho Local de Saúde do Centro de Reabilitação, ressaltou que as pessoas com deficiência têm tido uma “grande” acolhida pela Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, no controle social e na construção de uma política pública para o setor.

“Os desafios ainda são muitos, mas não se pode negar que temos avançado bastante, os números, os painéis mostram isso e eu, como usuária, reconheço”, disse.

Avanços. Na exposição, aberta a todos cidadãos, a Secretaria de Saúde de Campinas divulga um balanço das ações nos últimos 5 anos. Em 2005 havia uma demanda reprimida para aquisição de aparelho de amplificação sonora de 746 pessoas. Atualmente não existe demanda reprimida na saúde auditiva. Este trabalho acontece numa parceria com a Clí­nica de Fonoaudiologia da PUCC e a Apascamp.

Em 2005 não havia na Secretaria de Saúde atendimento ambulatorial de suporte às escolas para pessoas com deficiência intelectual. Atualmente em parceria com a Apae Campinas são realizados 1 mil atendimentos por mês.

Em 2005, o Centro de Referência em Reabilitação entregou 95 cadeiras de rodas. No ano de 2009 serão entregues 335 cadeiras, avaliadas individualmente, e a média de entrega de órteses e próteses músculo esqueléticas é de aproximadamente 400 órteses e 100 próteses por ano.

O Programa Municipal de Reabilitação também atende a todos os bebês de risco que nascem em Campinas. São crianças que nascem com má formação ou que tenham tido parto prematuro extremo entre outros casos. Elas são encaminhadas ao Projeto Fênix (no Ambulatório de Neonatologia Patológica do Hospital Mário Gatti), que realiza acompanhamento e avalia o desenvolvimento destas crianças e, se necessário, encaminha-os para estimulação.

Direitos no SUS. Toda pessoa com deficiência tem o direto de ser atendida nos serviços de saúde do SUS, desde os Centros de Saúde até os Serviços de Reabilitação – no caso de Campinas o Centro de Referência em Reabilitação - e hospitais. Tem direito à consulta médica, ao tratamento odontológico, aos procedimentos de enfermagem, à visita dos Agentes Comunitários de Saúde, aos exames básicos e aos medicamentos distribuídos pelo SUS.

O Centro de Reabilitação de Campinas, localizado na avenida Atílio Miato, 210, em Sousas, conta com equipe multiprofissional e trabalha de forma interdisciplinar, envolvendo as famílias, as unidades básicas de saúde e as comunidades, buscando recursos locais que facilitem o desenvolvimento integrado de processos de inclusão da pessoa com deficiência. O telefone da unidade é 3258-6011.

Estatísticas. Dados do Censo 2000 do IBGE mostram que, em Campinas, 15% da população têm algum tipo de deficiência ou incapacidade.

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