Conselho de Saúde e Emdec estudam como ampliar locomoção para usuários dos CAPS

11/11/2009

Autor: Marco Capitão - Jornalista - Prefeitura Municipal de Campinas

Membros da Comissão de Saúde Mental do Conselho Municipal de Saúde de Campinas (CMS) e representantes da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) reuniram-se nesta segunda-feira, dia 9, na sala do CMS, na Prefeitura, para discutir a ampliação dos benefícios da gratuidade do transporte coletivo aos pacientes dos Centros de Atenção Psicossociais (CAPS).O psicólogo Eduardo Camargo Bueno, apoiador de Saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, esclarece que a locomoção por meio do transporte coletivo faz parte do tratamento dos pacientes dos CAPS.

“Nesses casos – explica o psicólogo - o tratamento vai além das consultas e abrange ações de caráter comunitário dentro do território do usuário, que lhe garantem o direito de pertencimento à cidade”.No seu entender, seria importante que a gratuidade no transporte coletivo, em Campinas, fosse estendida para os finais de semana. “Afinal, o paciente pode ter uma crise a qualquer momento, inclusive nos sábados e domingos e, por isso, precisa se locomover para receber o tratamento”, explica Bueno.

Ele lembra que está marcada uma nova reunião entre a Comissão de Saúde Mental, Conselho Municipal de Saúde e representantes da Emdec para o próximo dia 30 de novembro, ocasião em que essas questões voltarão a ser discutidas.Para Eduardo Bueno, desde 2007, quando foi iniciado o movimento de organização dos conselhos locais dos CAPS III, que são unidades com serviços 24 horas, com leitos, destinados a adultos que necessitam de tratamento mais intensivo, o controle social ganhou força dentro da área de saúde mental. “Reativamos a Comissão de Saúde Mental do Conselho Municipal de Saúde, passamos a realizar reuniões mensais e redigimos uma carta de reivindicações, que foi destinada ao Conselho Municipal de Saúde.

Dentro dessa carta – explica Bueno – está incluída a questão da gratuidade no transporte”.Participaram da reunião, na sala do Conselho Municipal de Saúde (CMS), na Prefeitura, os chefes de departamento da Emdec, Jacqueline Moraes e Juarez Bispo Mateus, os membros da Comissão de Saúde mental do CMS, Liana dos Santos Colaço (Caps Estação), Gilson Gabriel da Silva Firmino (Caps Esperança)Regina Célia Solino Araújo (Caps Novo Tempo, Teresita Del Niño Jesus Quintana (Caps integração)Luciano Marques Lima (Caps Novo Tempo), Ellen Cristina Ricci (Caps Sul), Luiz Carlos da Silva (Caps Independência), Maria Fernandes Santos, Caps Davi Capistrano), Marcos Ferreira Bastos (Caps Integração), além de Eduardo Camargo Bueno, do Apoio à Saúde Mental e Maria de Lurdes Lemos Saldini, do Apoio ao Conselho Municipal de Saúde.O que são CAPS Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de saúde mental abertos e comunitários do Sistema Único de Saúde (SUS) destinados à atenção diária de pessoas com transtornos mentais graves e persistentes.

Estes Centros têm como objetivo oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

Cada CAPS com um fim específico

Caps III - Serviços 24 horas que possuem leitos para garantir, além das ações citadas acima, hospitalidade noturna para adultos com transtorno mental grave que necessitem de tratamento mais intensivo. Trabalham integrados às equipes dos Centros de Saúde de suas regiões. São seis centros na cidade.Caps AD – Especializados no cuidado ao adulto com transtornos relacionados à dependência ou abuso de álcool ou outras drogas (AD). Trabalham integrados às equipes dos Centros de Saúde de suas regiões e auxiliam na capacitação destas equipes para que toda a rede de saúde seja capaz de cuidar desta questão. Há duas unidades de CAPS AD, o Independência, que atende as regiões Sul e Sudoeste e o Reviver, para as regiões Norte, Leste e Noroeste.Caps Infantil (Cevi) – Especializado no cuidado às crianças que também sofrem de transtornos mentais graves. A população conta com um CAPS deste tipo.Craisa – Referência no cuidado de jovens e adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social. Geralmente, possuem associados, ao meio de vida, transtornos relacionados à dependência ou abuso de álcool ou outras drogas. Trabalham integrados às equipes dos Centros de Saúde de suas regiões e auxiliam na capacitação destas equipes para que toda a rede de saúde seja capaz de cuidar desta questão. Há um Craisa à disposição da população.

Centros de Convivência

Campinas conta com 11 Centros de Convivência, dispositivos comunitários que compõem a rede de atenção substitutiva de saúde mental, que convida os usuários dos serviços de saúde e a comunidade em geral a vivências de laços sociais e afetivos (propiciam ações que potencializam a apropriação e as trocas de habilidades, saberes e afetos, fomentam o exercício da cidadania, estimulam experiências de geração de renda a partir da experimentação de atividades grupais que resultem em produto apresentável e comercializável na sociedade). Estes Centros facilitam a construção de laços sociais e a inclusão das pessoas com transtornos mentais através de espaços de convívio e trabalho na comunidade.

Residência Terapêutica

A estrutura de atendimento à saúde mental em Campinas conta ainda com 38 residências terapêuticas, estratégia integrada aos CAPS em que cidadãos egressos de hospitais psiquiátricos são reintegrados à sociedade através do morar.

Membros da Comissão de Saúde mental, do Conselho Municipal de Saúde e da Emdec reunidos na Prefeitura

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