Autor: Denize Assis
A Secretaria de Saúde de Campinas promove nesta quinta-feira, dia 3 de dezembro, o Seminário Municipal de Transmissão Vertical do HIV e Sífilis Congênita. Voltado para médico, enfermeiros e outros profissionais da rede pública municipal de Saúde que atuam no pré-natal e para equipes das maternidades, o evento ocorre na Associação dos Cirurgiões Dentistas de Campinas (ACDC), das 8h às 12h30. A atividade integra a programação do Dia Mundial contra a Aids na cidade.
O seminário vai discutir os temas Sífilis, Sífilis Congênita: Diagnóstico e Tratamento; Diagnóstico laboratorial da Sífilis; Vigilância da Sífilis Congênita; Consenso da Gestante HIV/AIDS; Acompanhamento da criança exposta ao HIV; e Situação epidemiológica das crianças expostas ao HIV e AIDS em Campinas.
Segundo a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde Municipal, Campinas tem verificado a redução das crianças que nascem com HIV e sífilis. Porém, ainda são registrados casos.
Sífilis. De acordo com a sanitarista, Campinas tem como meta a eliminação da sífilis congênita no município, conforme Plano Estadual da Sífilis Congênita que prevê a redução, até 2.012, para menos de 1 caso para cada grupo de 1 mil nascidos vivos.
Transmitida de mãe para filho, a sífilis congênita pode acarretar a morte do bebê ou deixar seqüelas como surdez, problemas neurológicos e má formação óssea. Em 2008, Campinas registrou 20 casos de sífilis congênita. Em 2009, 7, até novembro.
“O pré-natal bem feito, com a realização de dois exames de sífilis - um logo no início e outro no terceiro trimestre de gravidez, conforme protocolo do Ministério da Saúde -, é fundamental na eliminação da sífilis congênita. Em Campinas, é possível ter o controle e caminhar para a eliminação desta doença, já que 98% das gestantes realizam pré-natal e em número de consultas suficiente para diagnóstico e tratamento. O exame e o tratamento são gratuitos. A gestante tem que fazer o tratamento completo e com acompanhamento do seu médico”, diz.
Carmo Ferreira informa que o principal desafio em relação à sífilis congênita é o tratamento do companheiro da mulher, que muitas vezes não aceita ser medicado. Por isso, este é um dos focos do trabalho em Campinas.
A enfermeira informa, ainda, que toda gestante, toda mulher que quer engravidar, independentemente de apresentar qualquer sintoma, deve fazer o exame que diagnostica a sífilis. “A gestante tem direito ao teste e deve solicitá-lo, se o médico não o fizer”, afirma.
A sífilis congênita é uma doença de notificação compulsória. Portanto, todos os casos têm que ser informados obrigatoriamente à Vigilância em Saúde.
HIV. Em relação à transmissão vertical do HIV, Campinas tem registrado queda gradativa nos casos. A Vigilância em Saúde registrou quatro casos em 2002; 1 em 2003; nenhum em 2004; 1 em 2005; e 1 em 2006. Em relação a 2007 e 2008, ainda há casos não encerrados, por isto os dados não foram informados.
A partir de 2008, segundo Maria do Carmo, foi incluído o segundo exame de HIV no pré-natal na rede pública municipal de Saúde de Campinas, o que é importante porque pode ocorrer do primeiro resultado ser negativo e a mulher estar em janela imunológica ou ser infectada após o teste feito no primeiro trimestre.
Quando a mulher não realiza o segundo exame no terceiro trimestre, o exame é feito no momento do parto porque ainda existe chance de fazer a prevenção.
“A Secretaria de Saúde de Campinas tem trabalhado para aumentar o diagnóstico e garantir que a paciente possa ter acesso a uma profilaxia adequada, medidas preconizadas pelo Ministério da Saúde para que a criança tenha maiores chances de não adquirir Aids no parto”, diz Maria do Carmo.
Carmo reforça que Campinas tem uma alta cobertura de pré-natal. As mulheres, ao ficarem grávidas, já estão, em algum momento, sendo atendidas pelo serviço de saúde e isto é fundamental para o diagnóstico e tratamento precoces e, conseqüente, redução da transmissão vertical.
