Inquéritos apontam condições de saúde da população de Campinas

16/12/2009

Autor: Da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde

O Ministério da Saúde, a Universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas apresentaram na manhã desta quinta-feira, 17 de dezembro de 2009, os resultados de dois inquéritos de saúde de base populacional. Trata-se do Isacamp (Inquérito Domiciliar de Saúde de Base Populacional no Município de Campinas) e Vigitel (Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizados entre 2008 e 2009 no município com objetivo de gerar indicadores necessários na formulação e avaliação das políticas sociais e intervenções do setor saúde.

O lançamento ocorreu na sede da Sociedade de Medicina e Cirurgia (SMCC) de Campinas e contou com a presença do secretário municipal da Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, que destacou a importância dos dados tanto para avaliar como para formular o planejamento da pasta.

“Os inquéritos com base populacional qualificam e tornam mais ágil o trabalho de planejamento das ações na saúde pública. Daqui nascem estratégias. O que podemos observar, de imediato, é o avanço das doenças não transmissíveis e relacionadas ao comportamento”, disse o secretário da Saúde que é médico cardiologista.

De acordo com a médica Marilisa Berti Azevedo Barros, do Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o Isacamp considerou, na realização do inquérito, o uso de serviços de saúde (consultas, hospitalização, práticas preventivas, imunização e uso de medicamentos); comportamentos de saúde (atividades físicas, tabagismo, alcoolismo, peso, dieta e recordação alimentar das últimas 24 horas); e as condições socioeconômicas (do entrevistado e seu núcleo familiar).

O Isacamp, que é um inquérito presencial – diferente do Vigitel que é feito por meio de telefone –, contou com financiamento de R$ 163.600 do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) do Ministério da Ciência e Tecnologia e R$ 118.600 da Secretaria de Saúde de Campinas. Foram realizadas cerca de 3,4 mil entrevistas (a maioria delas em 2008) com moradores de Campinas.

Tabagismo. O inquérito demonstrou, entre outros resultados, que 62,6% dos homens e 74% das mulheres de Campinas nunca foram fumantes, enquanto 22,9% dos homens e 15,1% das mulheres moradoras no município são fumantes. Também apontou que 14,6% dos homens e 10,9% das mulheres entrevistadas são ex-fumantes. Com relação ao consumo de bebidas alcoólicas, 45,4% dos homens e 45,7% das mulheres, acima dos 12 anos, bebem duas a quatro vezes por mês. Mostrou, ainda, que 20,2% dos homens e 10,1% das mulheres consomem bebida alcoólica duas a três vezes por semana e que 15,4% dos homens e 2,1% das mulheres bebem quatro ou mais vezes por semana, sendo que apenas 1% dos homens e 5% das mulheres nunca bebem e que 17,9% dos homens e 37,1% das mulheres bebem uma vez por mês.

Obesidade. Sobre obesidade, o inquérito do Isacamp apontou que o problema atinge, no municípo, 18,8% dos homens e 12,2% das mulheres, sendo que 13,2% dos homens e 13% das mulheres estão com sobrepeso e que 63,3% dos homens e 73,1% estão com peso considerado normal. O inquérito demonstrou que apenas 4,8% dos homens e 1,7% das mulheres estão abaixo do peso ideal.

Atividade física. O mesmo trabalho do Isacamp mostrou que a prática de atividade física no lazer em Campinas, em pessoas de 12 a 19 anos, é freqüente entre 78,6% dos homens e 53,1% das mulheres. No público de 20 a 59 anos é mais freqüente entre 42,2% dos homens e 24,7% das mulheres. A proporção entre pessoas com mais de 60 anos é de 49,8% entre os homens e 30,9% entre as mulheres. De acordo com o levantamento, a prática de atividade esportiva está presente no cotidiano de 66,1% das pessoas de 12 a 19 anos, 33,2% entre os de 20 a 59 e 40,1% nos maiores de 60 anos.

Doenças crônicas. Na avaliação sobre prevalência das doenças crônicas em pessoas de 20 a 59 anos, 31,3% dos entrevistados têm problemas de dores nas costas; 28% têm dores cabeça; 18,7% problemas emocionais; 14,9% têm insônia; e 14% hipertensão; entre outros problemas.

Quando o recorte é a faixa etária dos maiores de 60 anos, a hipertensão é relacionada como doença crônica de 53,3% dos entrevistados; as dores nas costas são problema de 43,5% ; os problemas de circulação estão relacionados a 26,1% dos entrevistados; e 26,1% relataram reumatismo.

Acesso. Sobre o uso dos serviços de saúde foi feita a seguinte pergunta: Teve algum medicamento que você deveria ter utilizado por indicação médica em algum dos últimos 15 dias e que você não utilizou porque não pode comprar ou obter?

Apenas 2,7% dos idosos relataram não ter tido acesso. Entre os adultos, apenas 2% e, entre adolescentes, a marca é ainda mais baixa, de apenas 0,2% dos entrevistados. No total, apenas 1,8% relatou esta dificuldade de acesso ao medicamento. Se considerados em isolado os de menor escolaridade, esta marca é de 4,3%.

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