Comissão da Argentina vem a Campinas para conhecer a Política de Saúde do Homem

14/12/2010

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da área da Saúde do Adulto e do Homem, recebe nesta terça-feira, dia 14 de dezembro, uma comissão com dois integrantes do Ministério da Saúde do governo argentino, Ricardo Bernztein e Guillermo Gonzalez Prieto, e um do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Sergio Maulen. Também integra o grupo o coordenador da Área Técnica da Saúde do Homem do Ministério da Saúde do Brasil, Paulo César de Sousa Carvalho.

A equipe veio ao Brasil especialmente para conhecer a Política Nacional de Saúde do Homem e, por indicação do coordenador nacional da Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Baldur Schubert, visitará Campinas para se apropriar das ações para implantação da Política de Saúde do Homem no município.

A indicação de Campinas se deve ao fato do município ser pioneiro no Brasil na implantação da política lançada em agosto de 2009, pelo Governo Federal, que tem por objetivo facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde.

Atualmente, a cidade conta com dez centros de saúde onde a estratégia já está em andamento. Além disso, um terço dos clínicos da rede pública municipal de saúde já está capacitado e o município conta com legislação que estabelece o Programa Municipal de Saúde do Homem.

A equipe será recebida às 8h, no Salão Azul da Prefeitura, pelo secretário adjunto de Saúde de Campinas, Pedro Humberto Scavariello e pela coordenadora da Saúde do Adulto, a médica geriatra Jane Emídio Dias, juntamente com coordenadores das áreas técnicas da Secretaria de Saúde, coordenadores dos centros de saúde que compõem o projeto piloto e apoiadores da área da Saúde do Homem. Às 10h, os visitantes seguem para o Ambulatório Médico da Ceasa, uma das unidades piloto.

“É uma grande satisfação receber esta comitiva e compartilhar nossa experiência. A indicação de Campinas pelo Ministério da Saúde é um reconhecimento dos nossos avanços”, disse Jane Emídio Dias.

O secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, ressalta que a iniciativa de implantação desta política é uma resposta à observação de que os agravos do sexo masculino são um problema de saúde pública. “Essa política parte da constatação de que os homens, por uma série de questões sócio-culturais e educacionais, procuram pouco o serviço de saúde. Campinas prontamente atendeu à política do Ministério, que exige mudanças estruturais e inclui sensibilizar a população masculina a buscar cuidado, garantir acesso e integralidade das ações e criar e implantar consensos técnicos a respeito da prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias mais prevalentes nesta população. É uma honra receber esta equipe”, disse.

A não-adesão às medidas de saúde integral por parte dos homens leva ao aumento da incidência de doenças e de mortalidade. Números do Ministério da Saúde mostram que, do total de mortes na faixa etária de 20 a 59 anos – população alvo da nova política -, 68% são de homens. Ou seja, a cada três adultos que morrem no Brasil, dois são homens. As pessoas do sexo masculino vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada.

Em Campinas, segundo dados de 2009, a primeira causa de morte nesta população é de doenças cardiovasculares. Foram 1.272 óbitos em 2009 ou 15% do total, sendo 35% deles decorrentes do infarto. A segunda causa constitui-se nas neoplasias – cânceres. No total, foram 1.036, ou 12,2%, sendo em primeiro lugar os do aparelho respiratório com 16%, seguido do de próstata, com 10% e estômago com 9%. As causas externas vêm em terceiro lugar, com 639 mortes, o que equivale a 7,5%, sendo as armas de fogo responsáveis por 18%, os acidentes de trânsito por atropelamento por 9% e com motociclistas por 7%. As doenças do aparelho respiratório constam em quarto lugar, com 48% das mortes por pneumonia e 23% por outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOCs).

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