Autor: Marco Aurélio Capitão
A Vigilância em Saúde (Visa) Leste da Prefeitura de Campinas, em parceria com a Administração Regional 2 (AR 2), ligada à Secretaria Municipal de Serviços Públicos, recolheu nesta segunda-feira, dia 13 de dezembro, três caminhões de materiais inservíveis dos bairros Novo Flamboyant e Vila Vitória, também conhecidos como Buraco do Sapo, na região leste da cidade. O mutirão integra uma série de ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde para o controle da dengue na cidade.
O trabalho teve início às 8h e se estendeu até 15h, com a participação de 25 pessoas entre agentes de saúde e pessoal de apoio da AR 2. A iniciativa também contou com o apoio do Coletivo Educacional Ambiental (Coeduca), da Unicamp. Conforme explica Adriana Regina de Oliveira, supervisora geral de Dengue do Distrito Leste, antes do mutirão desta segunda-feira foram realizadas duas reuniões com as comunidades dos dois bairros, além de palestras nas escolas.
A supervisora esclarece que essas reuniões são importantes para que toda a comunidade discuta os problemas do seu bairro. “A população precisa se reconhecer dentro daquele território e entender que precisa cuidar melhor do meio ambiente”, argumenta. Ela complementa, ainda, que a melhor maneira de evitar a dengue é impedir a reprodução do mosquito, que procura água acumulada para colocar seus ovos em recipientes como pneus, latas, garrafas, pratos de vasos de planta, caixas d´água destampadas e piscinas não tratadas, entre outros.
Segundo Adriana, no caso do Bairro Vila Vitória foi realizado no local o que ela chama de Circuito Educador, um trabalho que inclui um mapeamento dos bairros com destaque para as áreas mais críticas. “Primeiro fazemos as fotos dos locais onde o acúmulo de lixo é maior e, num segundo momento – esclarece - mostramos as fotos aos moradores para que eles tomem ciência da degradação do ambiente em que vivem”.
Participaram também do mutirão, técnicos do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) que estão avaliando a possibilidade de implantação, no Vila Vitória, de um Ecoponto composto por caçambas e lixeiras em que o morador poderá dar a destinação adequada aos resíduos sólidos. O mutirão de coleta de resíduos no Vila Vitória continua neste terça-feira.
Situação da doença. Em 2010, Campinas enfrentou a segunda maior epidemia de dengue das últimas décadas, com 2.563 casos e duas mortes. A primeira em número de casos ocorreu em 2007, com mais de 10 mil casos.
Além disso, neste ano, a cidade registrou, proporcionalmente, mais casos graves, sendo 56 casos de Dengue com Complicações (DCC) e 26 casos de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD). Este fenômeno epidemiológico - de maior gravidade - se explica pelo fato do município ter enfrentado sucessivas epidemias por diferentes sorotipos da dengue e ocorre em todas as regiões onde a dengue se torna endêmica. O esperado é de 3% a 4% de casos de dengue grave para as regiões endêmicas.
Este ano, foram isolados dois sorotipos em Campinas, o DEN 1 e o DEN 2, sendo que este último há mais de uma década não circulava no município. Em anos anteriores, já foi registrada a circulação do DEN 3.
