Em Campinas, Dia de Luta contra a Aids mobiliza sociedade contra o preconceito

01/12/2011

Autor: Denize Assis

O secretário Municipal de Saúde de Campinas, Adílson Rocha Campos e a coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids, Cláudia Barros Bernardi abriram na manhã desta quinta-feira, 1º de dezembro, na praça Rui Barbosa, no Centro de Campinas, a campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids.

A principal proposta da ação este ano é estimular a reflexão sobre uma sociedade menos preconceituosa, mais tolerante à diversidade sexual e às pessoas que vivem com HIV/Aids. Neste sentido, o Ministério da Saúde adotou o slogan A aids não tem preconceito. Previna-se.

Durante a abertura, a coordenação do Programa de DST/Aids divulgou os mais recentes dados da doença em Campinas que apontam que Campinas tem uma epidemia estável. Isto, por um lado é resultado da conquista do programa, já que até 2000 a epidemia só cresceu. De 2000 a 2007 houve uma redução e depois, de 2007 pra cá, uma estabilidade.

Mas, de acordo com Cláudia Barros, também aponta o grande desafio de buscar novas tecnologias, novas abordagens para que seja possível caminhar novamente para uma queda.

Dentro desta estabilidade, houve algumas movimentações, como o aumento da incidência na transmissão sexual entre homens que fazem sexo com homens (HSH), tendência que também tem sido verificada no Estado de São Paulo e no Brasil. Por isto mesmo, neste ano, os jovens gays, de 15 a 24 anos, são público prioritário da campanha lançada pelo Ministério da Saúde e reforçada em Campinas neste dia 1º.

Ainda, segundo o boletim, além do aumento entre jovens gays e da manutenção da feminização da doença, já que as mulheres passaram a ter uma parcela importante de participação na epidemia, houve um ‘leve’ aumento nas pessoas acima de 50 anos.

Na praça.

Como tradicionalmente tem ocorrido em Campinas, este ano as ações em comemoração ao Dia de Luta estão concentradas na praça Rui Barbosa, no Centro da cidade, onde passam milhares de pessoas diariamente. A programação começou por volta das 9h, com apresentações culturais, exposições e a divulgação de muita informação sobre DST/Aids. As pessoas envolvidas no evento e convidados vão usar durante todo o dia um laço vermelho, símbolo da luta contra a Aids.

Também estão sendo realizadas atividades em todos os Centros de Saúde. São ações de informação, educação e mobilização social. Ainda estão sendo disponibilizados testes para pessoas que desejam conhecer sua sorologia para o HIV. De acordo com Cláudia Barros, o teste deve ser feito por todas as pessoas que têm vida sexual e que já tiveram relação sexual pelo menos uma vez sem preservativo.

A coordenadora afirma que levar as ações para a praça é muito importante porque é preciso falar para as pessoas onde elas estão. E reforça que o dia 1º é muito importante para o programa. A data foi estabelecida como Dia Mundial de Luta contra a Aids em 1987 pela Organização Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Foi criado quando a epidemia estava no auge, quando muitos ainda morriam, para lembrar estas pessoas, para mobilizar a sociedade com o intuito de lembrar como se prevenir para não ficar doente e também para reforçar a solidariedade, a tolerância e a compreensão em relação às pessoas infectadas pelo HIV”, diz Cláudia.

A Aids ainda é um problema grave de saúde pública. No Estado de São Paulo, cerca de nove pessoas morrem todos os dias de Aids. Segundo o secretário Adílson Rocha Campos, Campinas tem conseguido, como no Brasil, manter a doença sob controle, mas ela persiste como problema de saúde pública. “Continuamos na briga. Não podemos baixar a guarda. Então, a importância deste dia 1º, de mobilizar a população é fundamental, trabalhar com a promoção e a prevenção também é nosso papel”, disse o secretário.

Fique Sabendo.

Para marcar o 1º de dezembro, a Secretaria de Saúde de Campinas também está promovendo a campanha Fique Sabendo, que disponibiliza testes rápidos gratuitos para HIV. O evento teve início dia 24 de novembro e vai até 6 de dezembro. Amanhã, dia 2, a campanha estará no CS Santa Lúcia, região Sudoeste, das 9h às 16 e, em 6 de dezembro, no Supermercado Enxuto, na região Norte, das 9h às 14h.

Rotina. Assim como em todo País, o teste HIV é oferecido em Campinas na rotina dos Centros de Saúde e CTAs, de forma gratuita e sigilosa, durante o ano todo. Informações sobre os locais onde ocorre a Campanha Fique Sabendo em Campinas podem ser obtidas pelos telefones 3236-3711 ou 3226-7475, pelo 156 ou pelo Disque Saúde que atende no número 160.

Outros dados.

No período de 1982 a dezembro de 2010 foram notificados 6.167 casos de Aids entre os residentes no município de Campinas. Deste total, 155 casos são em menores de 13 anos de idade. A maior taxa de incidência (número de casos/100.000 habitantes) está na faixa etária de 30 a 39 anos. No ano de 2010 tem-se nesta faixa etária 39,9/100.000, seguido de 32,7/100.000 nas idades entre 40 a 49 anos e 25,4/100.000 entre 20 e 29 anos. A exposição sexual permanece como a categoria de exposição ao HIV mais frequente no município.

Volta ao índice de notícias