Autor: Denize Assis
Representantes da Administração Municipal e de setores da sociedade civil organizada lotaram nesta segunda-feira, dia 5 de dezembro, a Sala Azul do 4º andar da Prefeitura de Campinas durante a cerimônia oficial que abriu a Campanha de Mobilização contra a Dengue de 2011/2012.
O lançamento foi feito pelo Prefeito Municipal, Demétrio Vilagra, e pelo Secretário Municipal de Saúde, Adílson Rocha Campos. Também estavam presentes outros secretários, diretores e gestores públicos municipais e representantes da Câmara Municipal, além da equipe da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), diretores dos Distritos de Saúde, o coordenador municipal do Programa de Dengue, André Ribas Freitas e coordenadores distritais de dengue.
A iniciativa antecipa as ações desencadeadas no período crítico da doença, de janeiro a maio, quando ocorre a maioria dos casos. Além disso, é uma resposta à convocação do Ministério da Saúde para que os municípios se mobilizem na prevenção da doença.
O objetivo da Campanha contra a Dengue é envolver toda a comunidade no combate e estimular cada cidadão a eliminar os locais de água parada, onde o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, se multiplica.
“A Prefeitura tem intensificado seus trabalhos na prevenção à dengue. Mas isto não basta. É importante envolver a sociedade nesta causa. É preciso uma cumplicidade entre poder público e sociedade civil”, disse Demétrio.
O secretário municipal de Saúde, Adílson Rocha Campos, afirmou que a perspectiva da dengue para Campinas no próximo período não é animadora. Segundo Campos, cabe ao poder público coordenar atividades simultâneas não só da Prefeitura, mas no sentido de mobilizar toda sociedade.
“O momento de atuar na prevenção da doença é todo dia, o ano todo, mas, especificamente neste momento, é preciso ações de impacto, que possam evitar uma epidemia de grandes proporções em 2012. O compromisso e o envolvimento de cada Secretaria são fundamentais para que as ações estratégicas sejam harmônicas e devidamente competentes”, disse o secretário.
Campos ressaltou o importante papel da imprensa na disseminação das informações sobre a doença e mesmo na cobrança do papel de cada segmento. Também informou que a Secretaria de Saúde está recebendo novos agentes de saúde que, neste momento, vão atuar prioritariamente nas ações contra a dengue.
Durante o lançamento da campanha, o coordenador de dengue, André Ribas Freitas, fez uma apresentação sobre a situação da dengue em Campinas, ressaltou a tendência de maior gravidade dos casos, contextualizou a epidemia mostrando que a dengue impactou bastante o Estado de São Paulo em 2011, apontou a relação do clima com o aumento de casos e destacou que a Região Metropolitana de Campinas se constitui em uma das mais críticas para a dengue no Estado.
“A situação da dengue requer uma mudança de postura de toda sociedade em busca de um ambiente seguro em relação ao mosquito. Ao Poder Público cabe manter a cidade limpa e organizada e cuidar dos pacientes. A cada cidadão, cada segmento cabe fazer a sua parte de cuidado com o seu espaço individualmente e com a cidade que é de todos. O objetivo desta reunião é a mobilização no sentido de juntar população e poder público”, disse.
Rômulo Fernandes, assessor da Secretaria de Serviços Públicos, informou que a sua pasta vai dar todo suporte para o trabalho da Secretaria de Saúde na prevenção da dengue. “Nós estamos conversando com nossas equipes para que assumam a mentalidade de primeiro fazer e depois cobrar. Vamos manter o cuidado com bosques e parques e campanhas nas praças”, informou.
Além disso, segundo Rômulo Fernandes, a Secretaria de Serviços Públicos colocou à disposição da Saúde cinco caminhões e 50 homens que vão reforçar o trabalho de prevenção sob coordenação da Covisa.
“Serão cinco equipes que vão trabalhar em locais apontados pela Saúde como prioritários para o combate ao vetor. Além disso, estamos disponibilizando, por meio das Administrações Regionais, Subprefeituras, Departamento de Parques e Jardins e Departamento de Limpeza Urbana equipes que vão, no cotidiano, fazer a limpeza e manutenção da cidade na Operação Verão”, disse.
Situação da doença. Em 2011, Campinas enfrentou a segunda maior epidemia de dengue das últimas décadas, com 3.044 casos e uma morte. A primeira em número de casos ocorreu em 2007, com mais de 10 mil casos ou 1.089,4 por grupo de 100 mil habitantes. Além disso, neste ano, a cidade registrou 26 casos de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD).
Segundo André Ribas Freitas, tem aumentado o número de casos graves a cada ano, fenômeno que se explica pelo fato do município ter enfrentado sucessivas epidemias por diferentes sorotipos da dengue.
“Sendo assim, uma parcela cada vez maior da população já se infectou pelo menos uma vez e, ao se reinfectar, corre um risco maior de agravamento. Este fenômeno epidemiológico ocorre em todas as regiões onde a dengue se torna endêmica. A tendência natural é que as epidemias subseqüentes sejam cada vez mais graves”, disse. Segundo ele, o esperado é de 3% a 4% de casos de dengue grave para as regiões endêmicas.
As enfermeiras sanitaristas Maria Filomena de Gouveia Vilela, diretora da Vigilância em Saúde Municipal, e Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, também participaram da mesa de abertura do evento.
As sanitaristas informaram que, além da campanha de mobilização social que começa agora, com a convocação de toda sociedade campineira para se engajar na luta contra a doença, a Prefeitura reforçou as ações de combate para se antecipar aos meses de maior incidência da doença.
“A dengue se constitui num desafio permanente. É uma doença de difícil controle. Mas, se cada um agir, nós podemos evitar”, afirmou Maria Filomena.
Ação. Neste dia 6 de dezembro, a Vigilância em Saúde Norte, em parceria com o Centro de Saúde Aurélia, promove uma ação de mobilização contra a dengue no Supermercado Enxuto do Jardim Aurélia, localizado na Avenida Império do Sol Nascente, Esquina com Avenida José Pancetti. Serão distribuídos folhetos educativos, apresentadas maquetes e ainda vai acontecer exposição de larvas.
“Queremos ir até onde as pessoas estão para incentivá-las, mobilizá-las para as ações de prevenção”, disse o tecnólogo em gestão ambiental Ítalo César Ferreira, supervisor de controle ambiental da Visa Norte.
