Autor: Diego Geraldo
Lançado em 31 de outubro deste ano, o Consultório na Rua – um veículo adaptado que percorre a região central para prestar atendimento à população em situação de rua – comemora a aceitação e o vínculo criado com a população. O trabalho é desenvolvido por meio de parceria entre as secretarias de Saúde e Assistência, Cidadania e Inclusão Social.
“A criação do vínculo foi muito bem feita e nossa aceitação foi excelente. Respeitamos o território e trabalhamos de comum acordo. É feito um trabalho de redução de danos, para que eles possam ser cuidados e se cuidarem, sempre os tratando como cidadão com direitos”, disse a coordenadora do projeto, Alcyone Januzzi.
"O objetivos de universalidade e integralidade do Sistema Único de Saúde são claramente vistos no projeto. Estamos levando o atendimento para quem precisa, por meio de uma ferramenta adequada e inovadora", destacou o secretário de Saúde, Fernando Brandão.
O trabalho tem como objetivos a redução de danos por meio da conscientização das pessoas em relação aos riscos de doenças; a inserção social e intermediação junto a outros serviços, quando necessário.
A coordenadora conta que foram abordadas cem pessoas, o que gerou 250 acessos ao sistema de saúde. “É importante destacar que não encaminhamos para tratamento, mas realizamos parceria. Ou seja, mesmo que o procedimento tenha que ser feito em uma unidade específica, a equipe do Consultório continua presente”, explicou.
O Consultório na Rua é composto por uma equipe multidisciplinar que conta com médicos, psicólogo, assistentes sociais, auxiliares de enfermagem, enfermeiro e redutores (pessoas que trabalham com a política de redução dos danos causados pelas drogas).
No veículo estão presentes material para o atendimento como testes de doenças crônicas, produtos para curativos, aparelho de pressão, entre outros.
Água
Um dos principais catalisadores para a abordagem foi descoberto durante as ações. “Vimos que eles têm necessidade muito grande de se hidratar e começamos a trazer água conosco. É mais uma maneira de criar vínculo com o usuário”, contou a coordenadora.
Alcyone também explica que o trabalho não tem hora, já que o atendimento é muito amplo. “Um dia trabalhamos durante a tarde e, no outro, chegamos às 7h para fazer exames de sangue. É muito variado”, disse.
A coordenadora espera, vencida a etapa do vínculo, manter a relação e aumentar ainda mais o contato. Ela cita exemplos de usuários que, depois de receber tratamento, trazer conhecidos ou fazem indicações.
Para o próximo ano, está previsto uma vacinação para hepatite e outra para tétano e difteria, em parceria com o Centro de Saúde Centro.
Fotos de Fernanda Sunega