Autor: Diego Geraldo
Novas unidades de saúde, reformas e ampliações, principalmente em equipamentos nos bairros foram entregues à população neste ano. Quase todos os locais receberam alguma intervenção este ano através do mutirão de manutenção.
“Temos mais de 100 unidades espalhadas por toda a cidade. O trabalho de manutenção e de aumento desta rede é complexo, mas avançamos bastante neste quesito e deixamos muita coisa encaminhada”, analisou o secretário de Saúde, Fernando Brandão.
O destaque foi a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro, inaugurada em novembro. Ela substituiu o antigo Pronto Atendimento (PA) Centro, fechado em março pela Vigilância em Saúde.
As obras da UPA Suleste também foram retomadas e estão em fase final. A unidade fica no Jardim Santa Eudóxia e vai atender a população próxima à divisa com Valinhos. Estão previstas 500 atendimentos diários, aliviando, principalmente, o Mário Gatti e o PA São José.
Campinas também ganhou duas novas sedes de Centros de Saúde (CS) em 2012: Nova América e Rosália, regiões que contavam com unidades improvisadas. Já o CS do Jardim Boa Esperança foi reformado e do Jardim São Vicente ampliado.
As obras continuam e estão em fase final a ampliação do CS do Jardim Floresta e o Santa Mônica. Já o CS San Martin está em construção, com previsão de entrega no meio de 2013.
Para os pequenos reparos, as equipes atuaram em sistema de mutirão, realizando serviços de manutenção nos finais de semana. “Essa manutenção periódica é uma ação necessária e inteligente, porque pode evitar grandes problemas estruturais no futuro”, atesta do diretor Administrativo, Mauro Aranha.
A Policlínica III, localizada no Parque Itália, foi reformada e ganhou o Centro de Imagem, que realiza raios-x, ecografia, ultrassom, ecocardiograma, entre outros. Também foram realizadas obras no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) – unidade da Saúde que regula a interação entre a saúde humana e as doenças ou riscos vindos de animais. A reforma do CCZ pôs fim às infiltrações e adequou o sistema de esgoto.
O Hospital Mário Gatti reformou a Sala Azul, que recebe os pacientes de menor gravidade, construiu nova rampa de acesso, sanou problemas elétricos e hidráulicos. Atualmente, está em estudos a estratégia que será utilizada para permitir uma etapa importante da modernização do prédio: a reforma das alas que abrigam os leitos, próximo passo das obras no local, já licitado.
Algumas obras que estavam paralisadas por problemas que vão de projetos inadequadas a irregularidades nos contratos, começaram a caminhar e o início das construções está previsto para o início do próximo ano. Entre outras, incluem-se nesse pacote o Pronto Socorro Metropolitano, o Instituto da Mulher e o CS Oziel.
Informatização
Em parceria com a Informática dos Municípios Associados (IMA), os Centros de Saúde de Campinas começaram a ser informatizados.
“A informatização das unidades é algo que vem sendo discutido há anos em Campinas, mas sempre foi adiada pela grandiosidade do projeto e pela falta de um estudo estratégico para a implantação. Resolvemos começar aos poucos e decidimos fazer um piloto, no CS Santo Antônio”, explica Brandão.
Ele conta que o teste foi um sucesso, abrindo as portas para a ampliação da melhoria. “Agora já temos mais duas unidades informatizadas, os CSs do Capivari e São Marcos, e outras duas estão a caminho no Jardim São Quirino e no Balão do Laranja”, comemora.
Brandão destaca que o projeto traçou o caminho para a informatização de todos os 63 Centros de Saúde, além das outras unidades, como hospitais e centros de especialidades.
Ainda na linha de utilizar a tecnologia a favor dos pacientes, a Saúde também iniciou o envio dos resultados dos exames laboratoriais pela internet. A disponibilização online dos resultados representa economia de recursos e abrevia o prazo para que o médico tenha em mãos as informações de que precisa para diagnosticar e tratar o paciente.
Os exames de rotina, cujos resultados demoravam 15 dias, agora são entregues em cerca de dois dias. Já nos casos de emergência, os resultados podem ser acessados em poucas horas, ao invés de demorar os dois dias de antigamente.
Redes
Outro avanço contabilizado pela Saúde diz respeito à integração, ou ampliação da participação do município nas redes mantidas pelo Ministério da Saúde. Em agosto, Campinas, com mais 42 vizinhos, aderiu a Rede de Urgência e Emergência (RUE), um investimento de R$ 124 milhões, dos quais R$ 24 milhões ficam em Campinas.
O objetivo da RUE é otimizar o atendimento em toda a região, em um reconhecimento de que é impossível pensar a saúde de uma cidade isoladamente. Isso é especialmente verdadeiro no caso de Campinas, sede de Região Metropolitana, que recebe pacientes não só dos municípios vizinhos, mas de todo o Estado para tratamento médico.
Outra melhoria permitida pela RUE é o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Regional. De acordo com o projeto, Campinas vai coordenar o atendimento e a distribuição de pacientes pela região. Cidades como Amparo, Indaiatuba, Jaguariúna, Valinhos e Vinhedo já estão tendo seus profissionais treinados para se adequar ao padrão de atendimento de Campinas.
A cidade também aumentou a sua participação na Rede Cegonha, que define diretrizes e dá estrutura para o atendimento à gestante e ao bebê.
Saúde Mental
2012 também marcou o início de um novo tipo de atendimento na cidade, o “Consultório na Rua”. O serviço é prestado em um veículo tipo van, que foi adaptado e percorre, junto com uma equipe multidisciplinar, as ruas da região Central.
O objetivo é levar o SUS à população de rua. “Esse é mais um passo para tornar o SUS realmente universal, aproximando o atendimento de uma faixa da população que é mais refratária à abordagem e que, historicamente, apresenta resistência a dirigir-se às unidades tradicionais, especialmente para tratar de problemas como a dependência de drogas”, esclarece o secretário.
A cidade também inaugurou um novo Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) no Taquaral, o primeiro com essas características que funciona 24 horas na cidade.
Fotos de Carlos Bassan
