Vigilância Epidemiológica
Antraz
Informações Gerais
O antraz é uma toxiinfecção causada pelo Bacillus anthracis, bactéria do solo e da vegetação. É uma doença comum entre animais, como gado bovino, camelos, ovelhas, antílopes, cães e cabras e é adquirido por eles por meio de sua alimentação. O bacilo causador da infecção pode esporular e, consequentemente, resistir a altos níveis de calor ou frio durante muito tempo até ter condições ideais para seu desenvolvimento.
O homem geralmente só é infectado quando exposto a animais contaminados ou quando tem contato ou consome carne e derivados de animais contaminados. O antraz não é transmitido de pessoa para pessoa. Existem três formas clínicas da infecção na espécie humana:
1. Antraz cutâneo - adquirido quando se manuseia produtos infectados.
2. Antraz pulmonar - adquirido por aspiração de material infectante.
3. Antraz gastrintestinal - adquirido quando se ingere carne contaminada dos animais infectados.
Os sintomas da doença dependem da forma como ela foi adquirida.
Na forma cutânea, a infecção se dá principalmente nos braços, com o aparecimento de coceiras e pequenos inchaços, de aspecto semelhante a uma picada de inseto, que podem se transformar em dolorosas ulcerações com até 3 cm de diâmetro. Com o tempo a úlcera necrosa e as glândulas linfáticas podem inchar. De 5 a 20% dos casos não tratados podem resultar em morte.
Na forma pulmonar, o antraz se manifesta inicialmente parecendo um resfriado comum. Começa com a proliferação do bacilo na árvore respiratória, depois as toxinas produzidas pelas bactérias invadem a corrente sanguínea tornando a infecção altamente letal, pois o diagnóstico em geral é estabelecido tardiamente.
Na forma gastrintestinal surge uma inflamação aguda no intestino. Logo a seguir o paciente passa a ter náuseas, perde o apetite, vomita sangue, tem febre, dores abdominais e forte diarreia. Os casos não tratados chegam a 25% de letalidade.
O diagnóstico da doença é feito através de exame bacteriológico do material das lesões, cultura e testes imunológicos. O tratamento é realizado com o uso de antibióticos específicos.
Para prevenção da doença é necessário controle da infecção animal através da vacinação dos rebanhos, da esterilização dos materiais contaminados e da higiene ambiental.
O diagnóstico na fase aguda é estabelecido pela demonstração do parasito através de pesquisa no sangue, por cultura ou por imunodiagnóstico. Na fase crônica, o xenodiagnóstico e principalmente o imunodiagnóstico são os procedimentos mais adotados.
A prevenção e controle através do combate sistemático aos vetores, mediante o emprego de inseticidas eficazes, construção ou melhoria das habitações de maneira a torná-las pouco próprias à proliferação dos triatomíneos, eliminação dos animais domésticos infectados, uso de cortinados nas casas infestadas pelos vetores, controle e descarte do sangue contaminado pelo parasita e seus derivados.