Vigilância Epidemiológica

Ebola

Informe Ebola (10/10/2014)

Plano de Contingência para doença pelo vírus Ebola (04/11/2014)

A doença / Agentes causadores

O vírus ebola pertence à família dos filovírus. Sabemos hoje que existem cinco tipos de vírus ebola, que varia na sua capacidade de causar doenças e na letalidade. O vírus foi descrito a partir de uma epidemia que aconteceu em 1976, com focos na região do Zaire (hoje República Democrática do Congo) e ao sul do Sudão e, até hoje, tem produzido vários surtos no continente africano. Esse vírus foi transmitido para seres humanos que tiveram contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes, antílopes e porcos-espinhos. Existem cinco espécies de vírus ebola (Zaire ebolavirus, Sudao ebolavirus, Bundibugyo ebolavirus, Reston ebolavirus e Tai Forest ebolavirus), sendo o primeiro o que apresenta a maior letalidade, geralmente acima de 60% dos casos.

Para cada uma das cinco cepas, existe uma variação de letalidade. O surto que está acontecendo agora é causado pela cepa mais letal. Nas primeiras epidemias, a letalidade estava em torno de 90%. No surto atual, o número ainda é alto, entre 50 e 60%. No entanto, muitas pessoas desenvolvem uma forma mais branda da doença.

Sintomas / diagnóstico

O ebola causa febre hemorrágica. O vírus tem um período de incubação de 1 a 21 dias. No início, o paciente apresenta febre, dor de cabeça e mialgia, evoluindo posteriormente para vômitos e diarreia. A fase inicial é inespecífica, mas existe uma evolução relativamente rápida, em alguns pacientes, para a forma hemorrágica grave, na qual há falência múltipla dos órgãos. Também acontece um distúrbio que leva à Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD), que ocasiona sangramentos na mucosa, no intestino e no útero. Geralmente, é uma evolução para a forma terminal da doença.

Transmissão

A transmissão só acontece após o aparecimento dos sintomas e se dá por meio do contato direto com sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos e/ou animais infectados ou do contato com superfícies e objetos contaminados por esses fluídos. Objeto de uso pessoal, como agulhas e roupas de cama, também podem transmitir. No Brasil, não há circulação natural do vírus ebola em animais silvestres, como em várias regiões da África. O vírus ebola não é transmitido pelo ar.

Cerimônias fúnebres em que os enlutados têm contato direto com o corpo da pessoa falecida, como é comum em comunidades rurais de alguns países africanos, também podem desempenhar um papel importante na transmissão do ebola. Pessoas que morreram de ebola devem ser manipuladas apenas por quem esteja usando roupas de proteção e luvas. O corpo deve ser enterrado imediatamente.

Tratamento

Até o momento, não existe vacina, nem tratamento específico para a cura do ebola.

Fonte: FIOCRUZ.

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