Vigilância Epidemiológica

Febre do Nilo Ocidental

Guia de Vigilância Epidemiológica - Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)

Ficha de Notificação

 

A Febre do Nilo Ocidental (FNO) é uma doença causada por um vírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, assim como os vírus da Dengue e da Febre Amarela.

O vírus do Nilo Ocidental (VNO) é transmitido por meio da picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex. Os hospedeiros naturais são algumas espécies de aves silvestres, que atuam como amplificadoras do vírus (viremia alta e prolongada) e como fonte de infecção para os mosquitos. Também pode infectar humanos, equinos, primatas e outros mamíferos. O homem e os equídeos são considerados hospedeiros acidentais e terminais, uma vez que a viremia se dá por curto período de tempo e em níveis insuficientes para infectar mosquitos, encerrando o ciclo de transmissão.

 

Figura 1 - Ciclo de transmissão da Febre do Nilo Ocidental

Outras formas mais raras de transmissão já foram relatadas e incluem transfusão sanguínea1, transplante de órgãos2, aleitamento materno3 e transmissão transplacentária4 A transmissão por contato direto já foi demonstrada em laboratório para algumas espécies de aves5. Não há transmissão de pessoa para pessoa.

O período de incubação intrínseca (tempo entre a infecção do hospedeiro e a manifestação de sinais e sintomas) nos humanos varia de 3 a 14 dias após a picada do mosquito e pode apresentar manifestação subclínica ou com sintomatologia de distintos graus de gravidade, variando desde febre passageira acompanhada ou não de mialgia até sinais e sintomas de acometimento do sistema nervoso central com encefalite ou meningoencefalite grave. As formas mais graves ocorrem com maior frequência em indivíduos com idade superior a 50.

Estima-se que 20% dos indivíduos infectados desenvolvem sintomas, na maioria das vezes leves (Febre do Nilo Ocidental). A forma leve da doença caracteriza-se por febre aguda de início abrupto, frequentemente acompanhada de mal-estar, anorexia, náusea, vômito, dor nos olhos, dor de cabeça, mialgia, exantema máculo-papular e linfoadenopatia.

Aproximadamente um em cada 150 indivíduos infectados desenvolve doença neurológica severa (meningite, encefalite ou poliomielite), A encefalite é mais comumente relatada do que as demais manifestações neurológicas. Apresentam-se com febre, fraqueza, sintomas gastrointestinais e alteração no “padrão mental”, podendo apresentar ainda exantema máculo-papular ou morbiliforme, envolvendo pescoço, tronco, braços e pernas, fraqueza muscular severa e paralisia flácida. São incluídas as apresentações neurológicas como ataxia e sinais extrapiramidais, anormalidades dos nervos cranianos, mielite, neurite ótica, polirradiculite e convulsão.

No homem, indivíduos com idade superior a 50 anos têm maior frequência de manifestações graves. Após a infecção, os hospedeiros podem desenvolver imunidade duradoura.

No Brasil evidencias sorológicas em equídeos foram detectadas no ano de 2010 em Rio Branco no Acre, Poconé em Mato Grosso e em Maracaju no Mato Grosso Sul. Mais recentemente em 2014 foi registrado o primeiro caso humano de encefalite pelo vírus do Nilo do Oeste (VNO) no estado do Piauí.

Fonte: Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde

Retorna à Listagem de Doenças de Notificação Compulsória