Vigilância Epidemiológica
Raiva
A Raiva é uma doença dos animais mamíferos que pode ocorrer nos homens, portanto, uma zoonose.
É causada por vírus, sendo mortal tanto para os homens quanto para os animais.
Nos países desenvolvidos, a Raiva nos animais domésticos está controlada, mas é efetuada vigilância epidemiológica em função dos animais silvestres, no sentido de se evitar a Raiva Humana.
No Brasil, a Raiva Humana ainda faz vítimas.
Mesmo no Estado de São Paulo, existem regiões com epizootia (epidemia entre animais), devendo existir, por parte principalmente de Municípios, um melhor desempenho nas atividades de Controle da Raiva Animal.
Transmissão
A transmissão da raiva ocorre quando o vírus rábico existente na saliva do animal infectado entra no organismo, através da pele ou de mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, não existindo necessariamente agressão.
No Brasil, o principal animal que transmite a raiva ao homem é o cão.
O morcego hematófago é um importante transmissor da Raiva, pois pode infectar bovinos, equinos e outras espécies de morcego. Todos estes animais podem transmitir a raiva para o homem.
Sinais indicativos da raiva animal
Variam conforme a espécie. Quando acomete animais carnívoros, com maior frequência, eles se tornam agressivos (Raiva Furiosa) e quando ocorre em animais herbívoros, sua manifestação é a de uma paralisia (Raiva Paralítica).
No entanto, em todos animais costuma ocorrer:
- mudança de hábitos
- mudança de comportamento
- salivação abundante
- dificuldade para engolir
- mudança de hábitos alimentares
- paralisia das patas traseiras
O que fazer quando agredido por um animal, mesmo se ele estiver vacinado contra a Raiva
Lavar imediatamente o ferimento com água e sabão.
Procurar com urgência o Serviço de Saúde mais próximo.
Não matar o animal e, sim, deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo de Raiva.
O animal deverá receber água e alimentação normalmente, num local seguro, para que não possa fugir ou atacar outras pessoas e animais.
Se o animal adoecer, morrer, desaparecer ou mudar de comportamento, voltar imediatamente ao Serviço de Saúde.
Nunca interromper o tratamento preventivo sem ordens médicas.
Evite:
Tocar em animais estranhos, feridos e doentes.
Perturbar animais quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo.
Separar animais que estejam brigando.
Entrar em grutas ou furnas e tocar em qualquer tipo de morcego (vivo ou morto).
Criar animais silvestres ou tirá-los de seu habitat natural.
Difundir preconceitos ou informações sem ter certeza da sua veracidade ou sem conhecer a fonte.
É dever do cidadão Levar o animal para ser vacinado contra Raiva.
Procurar sempre o Serviço Médico , no caso de agressão com animais.
Fazer a observação de seu animal quando ele agredir uma pessoa.
Não deixar o animal solto na rua e usar coleira/guia no cão ao sair.
Divulgar as informações corretas à comunidade.
Colabore com o Governo nas medidas de Controle da Raiva:
Notificar a existência de animais errantes nas vizinhanças de seu domicílio.
Informar o comportamento anormal de animais, sejam eles agressores ou não.
Informar a existência de morcegos de qualquer espécie.
Providenciar a entrega de animais para coleta de material para exames de laboratório, sempre que eles morrerem com suspeita de Raiva ou por causa desconhecida.
Em caso de acidentes procure o Centro de Saúde mais próximo.
Morcegos. Afinal, quem são estas estranhas criaturas?São os únicos mamíferos que voam, e saem à procura de alimentos ao entardecer e à noite.
Vivem em média 15 anos e, a partir de 2 anos, tem início a vida reprodutiva, com um período de gestação de 2 a 7 meses, de acordo com a espécie,gerando normalmente um filhote ao ano.
Os morcegos desempenham um papel importante na natureza, podendo ser responsáveis pela dispersão de sementes, polinização de flores e controle da população de insetos. Apesar destes benefícios, geralmente estão associados a símbolo de terror, mistério e antigas crenças, como a de que são "ratos velhos que criaram asas". Obviamente, morcego e rato são animais diferentes.
Existem somente 3 espécies que são hematófagas, alimentando-se exclusivamente de sangue.
Nas cidades, os morcegos mais comuns são os insetívoros (alimentam-se de insetos) e os fitófagos (alimentam-se de frutos, néctar, partes florais e folhas), devido à grande oferta de alimentos e à presença de abrigos.
Os abrigos mais utilizados pelos insetívoros são as edificações. A falta de conservação, falhas de construção e até detalhes arquitetônicos, criados para embelezamento, acabam constituindo verdadeiras "cavernas artificiais" para alojá-los.
A presença de morcegos fitófagos nas cidades ocasiona manchas de fezes nas paredes, entre outros transtornos.
A principal doença que os morcegos podem adquirir e transmsitir para o homem e para outros mamíferos é a RAIVA.
Esta doença letal pode ser causada pela mordedura, arranhadura ou até mesmo lambedura de qualquer espécie de morcego, portanto, NUNCA O MANIPULE.
Animais encontrados durante o dia exigem maior atenção, pois há grande possibilidade de estarem doentes e infectados com o vírus da RAIVA.
"DICAS" PARA EVITAR INCÔMODOS E ACIDENTES
Evite sempre o contato direto com qualquer morcego, vivo ou morto: lembre-se, qualquer espécie pode estar infectada com o vírus da raiva. Caso se constate a presença de morcegos em edificações, procure orientação especializada e proceda da seguinte maneira: Não o provoque, nem tente capturá-lo. Verifique os espaços abertos de entrada e saída dos animais no abrigo. Feche gradativamente esses espaços, deixando apenas uma saída. Caso se constate a presença de morcegos fitófagos, procure orientação especializada. Após a saída dos animais, vede esse ponto provisoriamente (com jornais ou panos). No dia seguinte, antes de escurecer, retire esta vedação para a saída dos animais que tenham eventualmente permanecido no abrigo, e feche novamente.
Se um morcego entrar em sua residência, feche as portas que dão acesso às dependências da casa, deixe as janelas abertas para o animal sair (no crepúsculo). Tente espantá-lo, com ajuda de um pano. Proceda a vedação definitiva. Nunca utilize "produtos químicos" para desalojá-los